sábado, 14 de maio de 2022

PLL Veronica: Parte 2 - Confeccionando a Placa

 

 PLL Veronica

Parte 2 - Confeccionando a Placa

Nota: Primeiramente, informo aos colegas que neste blog, não tenho qualquer pretensão de ensinar eletrônica ou radiofrequência ou de ser um escritor, mas apenas compartilhar com os colegas minhas experiências neste hobby e contribuir para a troca de conhecimento.

Nesta segunda parte, registro passo-a-passo com fotos a confecção da placa de circuito impresso, antes da soldagem dos componentes

Confecção da placa

Hoje em dia faço a confecção das minhas placas de circuito impresso pelo método da tinta fotossensível mais a luz negra, depois de anos fazendo pelo método da caneta.

Aplicação da tinta fotossensível

Abaixo, a placa recém pintada com a tinta fotossensível, diluída com óleo de banana e pintada com pincel. Não acho necessário centrifuga-la.


No lado oposto da placa, que será a face superior, ela foi protegida com fita Durex, para impedir a ação do ácido quando a parte pintada for corroída.


Na foto seguinte seco a placa na AirFryer, cerca de uns 10 minutos a 1/3 da temperatura é o suficiente. Na verdade, o que conta mais é o tempo do vento quente soprando na placa do que a temperatura que ela deve atingir.

Com a placa pronta para ser revelada, faço a revisão final no layout em busca de qualquer erro.

E enfim, chego a esse resultado

Abaixo, somente as layers necessárias, sem os componentes


A primeira impressão faço em uma folha de sulfite, para posteriormente alinhar com o papel transparência que já está cortado no tamanho aproximado da placa

Usando durex, eu fixo o papel transparência sobre o desenho recém impresso

Eu lixei meu papel transparência com uma lixa de grão 1000, pois sem esse cuidado, a impressora tem muita dificuldade de tracionar a folha em seu interior causando borrões. Notem que a folha está levemente fosca


Minha impressora está com a tinta acabando, então preciso reparar as falhas

Farei isso usando dois passos:
O primeiro passo consistem em colocar a folha recém impressa em um recipiente fechado com thinner. A folha não deve tocar o thinner, mas apenas receber seu vapor

Essa exposição deve durar pelo meno 10 minutos, mas não mais que 20 minutos, com o risco de estragar tudo

A ideia aqui é fazer com que o vapor do thinner dissolva ligeiramente a tinta fazendo ela se aglutinar e reforçar sua cor negra, impedindo a passagem da luz ultravioleta da lâmpada.
E o resultado é este:


O segundo passo é reforçar os pontos com a ajuda da caneta com ponta de 1mm. A impressão sempre falha ao fazer esses pontos, que serão os furos dos componentes.

Bem melhor agora


Durante a tentativa de ajustar e alinhar o papel transparência sobre a placa, eles podem grudar um no outro. Para evitar isso, primeiro eu coloco a placa dentro do próprio saco plástico que ela me foi enviada

Em seguida, eu fixo o papel transparência em um vidro com ajuda de fita adesiva. Eu ainda tive o cuidado de imprimir a imagem invertida de modo que a tinta do papel transparência fica voltada para o vidro e não encostada na placa. Fazendo desta maneira eu protejo as trilhas pintadas contra arranhões

Depois de alinhar bem o papel transparência sobre a placa é hora da exposição a luz ultravioleta. Muito cuidado para não ficar olhando para a luz, isso dá uma forte dor nos olhos minutos depois.


4 minutos de exposição e é hora de fazer a revelação da placa com Barrilha (Carbonato de Sódio)


Com movimentos suaves e em poucos minutos a revelação começa

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Abaixo, a placa revelada e lavada com água corrente, é hora de verificar se tem falhas

E sempre tem algumas para serem corrigidas à caneta


Uma inspeção mais cuidadosa nas trilhas finas faço com ajuda de uma lupa

Placa com todas as correções feitas e mais 3 minutos sob a luz ultravioleta antes do ácido


Placa pronta para a corrosão. Uso como ácido o bom e velho Percloreto de Ferro

Abaixo, placa corroída, limpa e seca

O próximo passo então é remover o durex que protege o outro lado da placa contra o ácido e proceder com a furação. Eu preciso fazer os furos neste momento pois eles servirão de guia para alinhar o desenho da face superior, e tenho que remover o durex antes pois caso contrário ele rasgará.

Agora é hora de fazer as furações, um dos momentos mais críticos pois não pode haver desalinhamentos, principalmente nos furos dos integrados. 
Para esta tarefa eu uso a minha furadeira de bancada caseira, que eu mesmo contruí.

Assim que eu fiz esta ferramenta deixei de quebrar as brocas de carboneto de tungstênio , que são muito duras e frágeis. A furadeira tem tem excelente precisão.


Ela é toda feita de madeira e dois trilhos de esferas para gavetas. E como eu disse, ela tem folga zero!

Mas não acabou. O trabalho até aqui foi confeccionar as trilhas, ou seja, a parte inferior da placa, restando fazer a parte superior.

A próxima foto é impressão da face superior, onde a maior parte é um plano terra, que contribui e muito para a estabilidade do circuito. Nota-se apenas uma trilha que é a função de corte de RF caso o PLL perca o locke

E como na impressão anterior, esta também precisa de correções

Mais uma vez o processo se repete. É preciso proteger a parte pronta contra o ácido

O procedimento é praticamente o mesmo do anterior, portanto, abaixo uma foto da face superior pintada, já exposta sob a luz negra, revelada e pronta para corrosão

O durex deixa uma cola difícil de sair. Para ajudar eu uso um Redutor para Esmalte Sintético, Sherwin-Willians que consegue atacar a cola da fita adesiva.

E por fim, a placa corroída, limpa e envernizada

O verniz protetor da placa é o Verniz para bobinamentos de motores elétrico da WEG


Fim desta etapa que é a confecção da placa. A etapa seguinte é a montagem do circuito.


Construindo o PLL Veronica - Parte 1


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