Um pouco de História
Transmissores de FM são uma paixão que vem da adolescência. Na metade dos anos 90 um funcionário de uma eletrônica de rádio e TV de meu tio montava pequenos osciladores com o BF494 e um microfone de eletreto, transmitindo sua voz para os carros da rua, tudo com peças de sucata. As vezes ele entrava na frequência das rádios comerciais e falava no som do carro arrancando risadas das pessoas. Quando eu vi isso pensei: fui fisgado! Eu tinha que fazer aquilo também. Ouvir a própria voz em um rádio longe de você foi uma experiência fascinante.
Por tabela, para montar esse simples projetinhos acaba-se aprendendo muito de eletrônica, ensinamentos que se leva para a vida toda.
Os circuitos que ele montava eram simples como o da imagem abaixo.
Circuito popular nas revistas |
Pequeno transmissor que montei, já com alguma prática. |
Para quem quiser se aventurar o esquema é esse abaixo
No fim dos anos 90 era muito difícil conseguir informações sobre o assunto sem a internet e portanto tudo era muito limitado. As revistas de eletrônica disponibilizavam circuitos simples, por vezes defeituosos e sem circuitos para estabilizar a frequência transmitida, e as pessoas que tinham algum conhecimento os guardavam para si.
A imagem abaixo tem uma história bem curiosa. É um esquema que eu achei em uma revista e que me dava esperança de transmitir músicas para além dos limites de minha casa.
Tentei montar esse transmissor sem sucesso |
São 4 transistores 2N2218 que eu consegui com muito custo. Faltava então desenhar e corroer a placa de circuito impresso. Só que na época eu não sabia que tinha esse negócio de "corroer placa", então o que eu fiz foi transferir o desenho para a placa, com um lápis e papel carbono e o cobre que deveria ser removido com ácido eu o fiz com uma serrinha de arco de serra para separar as trilhas e com uma espécie de chave de fenda eu arrancava o cobre não usado. Aquele meu colega técnico de eletrônica, quando viu aquilo começou a rir sem parar. Depois de alguns minutos rindo ele me disse como era a maneira correta de fazer. Mas ai faltava pouco para remover o resto. 😅😅😂😂
Acontece que quando eu montei esse circuito a primeira coisa que aconteceu foi o trimpot de volume pegar fogo. Se você analisar o esquema irá notar que o +vcc do circuito passa pelo diodo varicap via bobina tanque chegando até esse trimpot de volume. Fora isso ele era muito instável, sem filtros e com bobinas difíceis de fazer na época.
Mas nessa época, me lembro que alguém no meu bairro transmitia músicas em um TX que eu ouvia no meu receiver e a transmissão tinha um som alto e claro e a qualidade do áudio era muito boa. Eu buscava uma transmissão como aquela e minha busca por projetos era incessante.
A próxima imagem é do primeiro transmissor que eu consegui transmitir para mais de 500 metros.
Ele usa dois transistores BD135 em contra-fase na saída.
O engraçado é que montei a antena plano-terra com ferros para armação de construção. Depois de alguns dias transmitindo meus amigos reclamavam que o sinal estava chegando muito franco. Chequei tudo no transmissor, refiz ajustes várias vezes até descobrir que o problema era a antena que estava com seus elementos oxidados (tinha que ser de alumínio). kkkk
Outra curiosidade engraçada, que me veio a cabeça agora, é que ele era muito instável na frequência de operação. Eu usava esse transmissor para transmitir musicas para amigos do bairro, nas madrugadas, mas assim que eu o colocava no ar, o transistor oscilador ia aquecendo e a frequência ia variando junto. Depois de uns 5 minutos a coisa dava uma estabilizada. Nesse tempo eu tinha que ficar com uma chave no trimmer corrigindo isso até que um dia eu tive a ideia de que assim que eu ligasse o transmissor, eu aqueceria o transistor oscilador com um isqueiro, ou seja, já ligava o TX na frequência certa. Tudo bem, podem rir.😂😂
Meu amigo Wagner Perez, que morava a uma quadra de casa, foi meu parceiro em boa parte dessas histórias.
Depois desse transmissor acima eu comecei a conhecer algumas pessoas que me falaram sobre o termo PLL. Me disseram que era um circuito que corrigia essa variação de frequência. A partir de então comecei a procurar por projetos PLL pois queria estabilidade na frequência.
Em 1999 eu tive contato pela primeira vez com um transmissor de verdade, e esse sim era um PLL! Ele era caseiro com algumas placas industriais, porém completo e muito bem montado. Foi a inspiração para tentar fazer um para mim. Fiz uma filmagem desse transmissor como recordação.
Em destaque o PLL. Possivelmente com o CI MC145151. |
Essas imagens eu fiz com uma filmadora VHS que tinha na época (1999) pois eu não tinha máquina fotográfica
Já no ano 2000, agora sim com a ajuda da internet, e sabendo um pouco o que era o tal PLL, comecei a procurar por essa termo e um dos primeiros projetos PLL que achei foi um com o circuito integrado MC145151 e o 74F160. O site do projeto tinha além do diagrama, fotos e um longo texto. Decidi investir nele. Visitando parentes em SP, fui até a Sta. Ifigênia garimpar os integrados e consegui achar os dois. Em casa, desenhei a placa de circuito impresso usando o Paint do Windows ME (quem não tem cão caça com gato). Eu nunca consegui colocar esse circuito para funcionar pois depois de monta-lo eu descobri que o site de onde eu fiz o download não disponibilizava a tabela de frequência.
Nota: recentemente, em 2021, eu encontrei a tabela de troca de frequência e consegui colocar esse circuito para funcionar. Com um conhecimento relativamente maior eu estudei bem o circuito e elaborei corretamente uma placa. Como você pode ver no esquemático abaixo, a chave Dip Switch não está enumerada de 1 a 10, então eu tive que descobrir isso.
Circuito original |
Mas voltando, para fazer o desenho da placa, eu desenhava um componente no Paint e imprimia na impressora, aí eu checava para saber se o desenho no papel impresso batia com o tamanho do componente.
Placa desenhada no Paint |
Mas na época eu montei e ele não funcionou. Eu tinha todas as peças na mão e um circuito que não funcionava. Que angústia.
A imagem abaixo mostra a última placa que eu fiz na tentativa de colocar esse circuito para funcionar, sem sucesso. Usei no oscilador o integrado MC1648
2017 |
Tempos depois achei um outro projeto PLL que fazia uso do CI oscilador MC1648 e outros como o B553, 4011 e 4024. O site também tinha um texto bem explicado. Eu não investia minha energia em esquemas apenas. Meu conhecimento era muito pequeno para arriscar em projetos que poderiam ser uma furada e eu também não tinha dinheiro para isso. Mas esse projeto era bem detalhado e eu resolvi investir nele também. Encomendei os componentes e os recebi pelo correio, inclusive transistores e varicaps. Agradeço minha vozinha por essa ajuda😄.
Depois de montado liguei o transmissor e ele funcionou de primeira! Frequência travada e transmissor operando em 104,5MHz. Com esse projeto funcionando, pude apreciar o circuito PLL e conhecer seu funcionamento. Mas esse projeto tinha uma coisa muito desagradável: é que para cada frequência de operação eu teria que usar um cristal diferente. Era uma mistura de alegria e decepção ao mesmo tempo pois praticamente todos os valores de cristais não eram comerciais. Mesmo assim, nesse projeto eu pude aprender sobre as vantagens de um PLL e a qualidade em modular um transmissor com diodos varicaps.
Este é o esquema muito divulgado na internet |
Foto dele montado |
No site, o projetista disponibilizou o projeto em placas separadas, parte de RF + PLL. Nessa época eu já inovava e não via motivos para não juntar tudo em uma placa só. Não só fiz isso como adicionei mais 2 transistores como amplificador de RF. Eu só comprava o que não conseguia tirar de sucatas.
Parte do PLL |
Parte do Oscilador com o MC1648 |
Essa decepção em não ter um PLL que eu pudesse trocar a frequência a vontade, me manteve longe dos transmissores por anos. Nesse meio tempo minha relação com eletrônica se resumia a fontes de alimentação, áudio e vídeo, circuitos simples e principalmente como técnico de máquinas no meu trabalho.
Só fui contaminado pelo vírus de RF novamente anos depois, mais precisamente em 2009. Nesse ano voltei a garimpar por circuito e descobri o site do Francisco Filho. Nesse site ele disponibiliza um circuito que faz uso do PLL MC145152 e o prescaler MC12017. Não apenas disponibiliza o projeto como também faz uma excelente descrição do funcionamento do mesmo além de ensinar como são os cálculos para se fazer a troca de frequência.
Link do site aqui.
Dos muitos sites que eu garimpava o dele era o melhor, o mais bem detalhado e explicado e por isso teve meu crédito. Nessa época eu já encontrava inúmeros projetos de PLL na internet mas não sabia identificar no esquema se eram funcionais ou não, e a maioria dos projetos eram gringos. Então, descobrir um site tão detalhado e em português foi algo que eu considerei muito.
Por telefone comecei a procurar esses CIs, que na verdade já eram bem obsoletos e na época paguei cerca de 40 reais em cada um (MC145152 & MC12017), fora as demais peças. A internet já estava muito bem encaminhada nessa época, mas eu não encontrava esses CIs em lojas virtuais, por isso tinha que pesquisar por telefone.
Com todos os componentes em mãos e cerca de 100 reais mais pobre, comecei a desenhar a placa. Por força dessa nova empreitada conheci o Software Cadsoft Eagle, programa para elaboração profissional de layouts de circuito impresso. Aprender a usar o software por si só já era um trabalho enorme... mas a internet estava ai, com explicações bem ruins na ocasião mas que me ajudou a "sair do zero" com o programa.
Um dos primeiros desenhos que fiz com o programa |
Eu não esperava que depois de montada a placa funcionasse de primeira e não funcionou. Que dizer, o oscilador oscilava, tinha um bom áudio mas a frequência não travava. Eu ainda não tinha assimilado o funcionamento e nem sabia por onde procurar o erro. As únicas ferramentas que eu tinha a disposição era um multímetro, um "farejador de RF" e meu Receiver Gradiente.
Farejador de RF é um simples equipamento feito com um micro-amperímetro (galvonômetro), um diodo de germânio e um choque de RF. Sua finalidade é de detectar a presença de RF na faixa de FM.
Detector ou farejador de RF |
Meu Receiver Gradiente, companheiro de anos |
Depois de dias tentando por o transmissor para funcionar tive a ideia de contatar o projetista de onde tirei o circuito por ele disponibilizado. Sem muitas esperanças fiz contato por e-mail que para minha surpresa ele respondeu prontamente. Ainda tenho os emails salvos.
Dotado de muita simpatia ele foi me dando algumas dicas, o que me ajudou muito. Dois dias depois o LED indicador de "elo perdido" ou PLL destravado apagou, indicando PLL TRAVADO. Dei aquele grito de alegria, afinal, vinha tentando fazer um PLL a uns 10 anos.😃😃😃
Agora sim eu tinha um PLL que funcionava e que eu podia trocar a frequência a vontade.
Era uma placa grande, com os componentes esparramados e um pouco feia. Não parece muito com a primeira foto desse post (kkkk). O projetista tinha disponibilizado apenas o esquemático e eu tive que me virar com o desenho da placa. Como era um protótipo eu não me importei muito com isso.
Com ele funcionando eu testava a troca de frequência. Não existia uma tabela pronta. O que existia eram cálculos para chegar ao código binário.
Depois de conseguir trocar a frequência algumas vezes (para ter a certeza de eu estava calculando certo) eu tentei adicionar transistores de potência. No projeto original só tinha o oscilador, mas eu não conseguia amplificar o oscilador sem matar o sinal de RF. O oscilador gerava um sinal extremamente fraco e eu me atrapalhava nessa parte. Eu também nunca tinha trabalhado com o transistor MPF102, que é um FET e gerava um sinal extremamente fraco.
Como eu tinha alguma prática com os BF494, troquei o oscilador original por um com esse transistor e obtive mais potência nessa parte. Com um oscilador mais potente eu conseguia amplificar esse sinal.
Posteriormente eu voltei a usar o MPF102 pois descobri que ele era mais vantajoso e também comecei a perceber uma grande quantidade de circuitos profissionais usando FET no VCO.
Tempos depois e com a prática eu fui assimilando o funcionamento do circuito e fui fazendo aperfeiçoamentos (eu fazia uma placa atrás da outra) conseguindo uma boa estabilidade de funcionamento e uma placa muito menor. Nessa fase eu também comecei a investir em placas de dupla face para fazer um plano terra na face superior e melhorar a estabilidade, sempre em fibra de vidro. Também voltei a usar o transistor FET MPF102, pois ele tinha vantagens em cima do BF494 e era mais fácil de polarizar.
Por default, o MC145152 acende o LED somente quando o PLL perde o lock. Eu inverti isso fazendo o LED acender quando o PLL estivesse travado. Para isso adicionei um segundo BC548 para o chaveamento do LED.
Dotado de muita simpatia ele foi me dando algumas dicas, o que me ajudou muito. Dois dias depois o LED indicador de "elo perdido" ou PLL destravado apagou, indicando PLL TRAVADO. Dei aquele grito de alegria, afinal, vinha tentando fazer um PLL a uns 10 anos.😃😃😃
Agora sim eu tinha um PLL que funcionava e que eu podia trocar a frequência a vontade.
Essa é uma das primeiras placas que fiz |
Era uma placa grande, com os componentes esparramados e um pouco feia. Não parece muito com a primeira foto desse post (kkkk). O projetista tinha disponibilizado apenas o esquemático e eu tive que me virar com o desenho da placa. Como era um protótipo eu não me importei muito com isso.
Com ele funcionando eu testava a troca de frequência. Não existia uma tabela pronta. O que existia eram cálculos para chegar ao código binário.
Depois de conseguir trocar a frequência algumas vezes (para ter a certeza de eu estava calculando certo) eu tentei adicionar transistores de potência. No projeto original só tinha o oscilador, mas eu não conseguia amplificar o oscilador sem matar o sinal de RF. O oscilador gerava um sinal extremamente fraco e eu me atrapalhava nessa parte. Eu também nunca tinha trabalhado com o transistor MPF102, que é um FET e gerava um sinal extremamente fraco.
Como eu tinha alguma prática com os BF494, troquei o oscilador original por um com esse transistor e obtive mais potência nessa parte. Com um oscilador mais potente eu conseguia amplificar esse sinal.
Posteriormente eu voltei a usar o MPF102 pois descobri que ele era mais vantajoso e também comecei a perceber uma grande quantidade de circuitos profissionais usando FET no VCO.
Tempos depois e com a prática eu fui assimilando o funcionamento do circuito e fui fazendo aperfeiçoamentos (eu fazia uma placa atrás da outra) conseguindo uma boa estabilidade de funcionamento e uma placa muito menor. Nessa fase eu também comecei a investir em placas de dupla face para fazer um plano terra na face superior e melhorar a estabilidade, sempre em fibra de vidro. Também voltei a usar o transistor FET MPF102, pois ele tinha vantagens em cima do BF494 e era mais fácil de polarizar.
Por default, o MC145152 acende o LED somente quando o PLL perde o lock. Eu inverti isso fazendo o LED acender quando o PLL estivesse travado. Para isso adicionei um segundo BC548 para o chaveamento do LED.
Minha menor placa com 7cm x 8cm |
Conforme eu usava o circuito fui percebendo quatro defeitos:
1. O PLL travava mas não na frequência correta. Por exemplo, ao invés de travar em 95,7MHz o circuito travava em 95,689MHz;
2. A portadora tinha um apito de fundo, facilmente perceptível quando eu transmitia o sinal sem música;
Solução dos problemas
1. O primeiro problema eu descobri depois que adquiri um frequencímetro de mão. Mesmo ajustando o trimmer junto do cristal, a frequência nunca chegava na correta. Resolvi o problema modificando a maneira como o projetista colocou o cristal de referência para oscilar no CI PLL e passei a usar a forma tradicional usada na grande maioria dos projetos encontrados na internet, cristal diretamente em paralelo com os pinos 26 e 27:
2. O segundo problema e o mais demorado deles para resolver (levei mais de ano...) foi o problema de um "apito" que a portadora tinha. Parecia um som de Flyback das Tvs antigas ou o sinal agudo de uma TV sem programação. Não importava quantas vezes eu desenhava e montava o circuito esse apito estava sempre presente na portadora, facilmente perceptível quando não se transmitia música. Foi quando, certa vez, eu percebi que ao isolar o circuito PLL do oscilador, ou seja, com o oscilador livre, esse problema sumia. Então o problema estava no PLL e não no VCO. Bem, sem mais delongas, a causa do defeito era a maneira como o CI MC12017 era alimentado.
O projetista alimentou o circuito integrado MC12017 com +9V e fez via um resistor de 220R no pino 8 do CI. Acontece que o CI pode ser alimentador tanto pelo pino 8 como pelo pino 7 sendo quem um deles é um regulador interno. Pesquisando circuitos diversos fiz como a grande maioria e uni os dois pinos para a alimentação (pino 7+8) e o alimentei com +5V direto. PROBLEMA RESOLVIDO!
Depois de muitas montagens por hobby, percebi que um circuito PLL completo e de qualidade em uma placa muito pequena não era vantajoso. Como eu uso componentes comuns, ou seja, resistores de 1/4 e nada de SMDs, a montagem manual era muito trabalhosa e os setores de RF ficavam espremidos. Então comecei a aumentar um pouco o tamanho da placa. Eu também investia em formas de acrescentar um pré-ênfase no áudio, que é um circuito para reforçar as frequências mais altas (agudas).
O tamanho da placa também era necessário pois eu queria que o circuito soltasse de 1 a 2w de potência, então eu precisava empregar transistores para chegar com eficiência e estabilidade a essa potência. Foi então que ao desenhar a placa eu cheguei ao tamanho de mais ou menos 12x13cm e então eu arredondei o tamanho final para 15x15cm, que é um tamanho de uma placa PCI vendida comercialmente em uma de minhas lojas preferidas.
1. O PLL travava mas não na frequência correta. Por exemplo, ao invés de travar em 95,7MHz o circuito travava em 95,689MHz;
2. A portadora tinha um apito de fundo, facilmente perceptível quando eu transmitia o sinal sem música;
Solução dos problemas
1. O primeiro problema eu descobri depois que adquiri um frequencímetro de mão. Mesmo ajustando o trimmer junto do cristal, a frequência nunca chegava na correta. Resolvi o problema modificando a maneira como o projetista colocou o cristal de referência para oscilar no CI PLL e passei a usar a forma tradicional usada na grande maioria dos projetos encontrados na internet, cristal diretamente em paralelo com os pinos 26 e 27:
Coloquei o cristal diretamente nos pinos 26 e 27 do CI |
Meu frequencímetro de mão que funciona muito bem |
2. O segundo problema e o mais demorado deles para resolver (levei mais de ano...) foi o problema de um "apito" que a portadora tinha. Parecia um som de Flyback das Tvs antigas ou o sinal agudo de uma TV sem programação. Não importava quantas vezes eu desenhava e montava o circuito esse apito estava sempre presente na portadora, facilmente perceptível quando não se transmitia música. Foi quando, certa vez, eu percebi que ao isolar o circuito PLL do oscilador, ou seja, com o oscilador livre, esse problema sumia. Então o problema estava no PLL e não no VCO. Bem, sem mais delongas, a causa do defeito era a maneira como o CI MC12017 era alimentado.
O projetista alimentou o circuito integrado MC12017 com +9V e fez via um resistor de 220R no pino 8 do CI. Acontece que o CI pode ser alimentador tanto pelo pino 8 como pelo pino 7 sendo quem um deles é um regulador interno. Pesquisando circuitos diversos fiz como a grande maioria e uni os dois pinos para a alimentação (pino 7+8) e o alimentei com +5V direto. PROBLEMA RESOLVIDO!
O tamanho da placa também era necessário pois eu queria que o circuito soltasse de 1 a 2w de potência, então eu precisava empregar transistores para chegar com eficiência e estabilidade a essa potência. Foi então que ao desenhar a placa eu cheguei ao tamanho de mais ou menos 12x13cm e então eu arredondei o tamanho final para 15x15cm, que é um tamanho de uma placa PCI vendida comercialmente em uma de minhas lojas preferidas.
Placa de 15cm x 15cm |
A placa acima mostra minha primeira placa com excelente funcionamento e que eu não tinha mais correções significativas para fazer. Orgulho de ter conseguido. Só eu sei o trabalho que tive para chegar nisso, praticamente sozinho, sem curso em eletrônica e sem ajuda alguma de alguém ao meu lado.
Mas eu não me dava por satisfeito. Sempre tive um tipo de inquietação e uma vontade de inovar. Então eu topei o desafio de juntar a essa placa um outro circuito, um gerador de estéreo e assim ficou:
Esse gerador de estéreo é baseado no circuito integrado chaveador 4066 e usa um crista de 4.864MHz. O projeto ainda conta com dois VUs com o CI LM3915.
Não só fiz essa placa como todo o processo foi manual e desenhado na caneta específica (retroprojetora) e corroído no ácido.
Mas eu não me dava por satisfeito. Sempre tive um tipo de inquietação e uma vontade de inovar. Então eu topei o desafio de juntar a essa placa um outro circuito, um gerador de estéreo e assim ficou:
Essa placa é de aproximadamente 15cm x 25cm |
Esse gerador de estéreo é baseado no circuito integrado chaveador 4066 e usa um crista de 4.864MHz. O projeto ainda conta com dois VUs com o CI LM3915.
Não só fiz essa placa como todo o processo foi manual e desenhado na caneta específica (retroprojetora) e corroído no ácido.
Desenhando a placa |
Placa corroída |
Começo da montagem - Oscilador em teste |
Dentro do gabinete |
Esse circuito acima foi para dentro de um gabinete montado exclusivamente para esse projeto.
Frente do gabinete em finalização na época |
Uma coisa que sempre me incomodou em circuitos com CIs é a quantidade de jumpers. Então eu passei algumas trilhas por entre os terminais do integrado MC145152 para não ter que colocar esses jumpers.
E nesse meio tempo também montei um transmissor de 25W.
Para colocar esse equipamento no ar se faz necessário outras ferramentas de teste e ajuste como um medidor de ROE e um Wattímetro, além de uma antena decente. Como não disponho dessas ferramentas, que encarecem muito o hobby, existe um grande risco da queima do transistor de saída e interferências. Portanto, o transmissor de 25W montei somente por montar, nunca coloquei no ar.
Um outro teste que fiz foi tentar montar o transmissor totalmente linear e não em ângulo como na placa de 15x15cm. Um amigo me disse que tecnicamente dessa forma o circuito tem um comportamento muito melhor e assim eu topei o desafio. O resultado foi uma placa de 11cm x 30cm.
E nesse meio tempo também montei um transmissor de 25W.
Para colocar esse equipamento no ar se faz necessário outras ferramentas de teste e ajuste como um medidor de ROE e um Wattímetro, além de uma antena decente. Como não disponho dessas ferramentas, que encarecem muito o hobby, existe um grande risco da queima do transistor de saída e interferências. Portanto, o transmissor de 25W montei somente por montar, nunca coloquei no ar.
Visão superior do TX de 25W |
PA de 25W no detalhe. Transistor 2N6082 comprado em 2000 |
Outro ponto de vista |
Parte da frente do gabinete, que agora está "encostado" sem uso |
11cm x 30cm |
É estupenda a qualidade e estabilidade desse circuito que praticamente usa componentes comuns. Com exceção dos integrados MC145152, MC12017 e os componentes de filtro entre o PLL e o VCO (que são calculados), todo o restante dos componentes admitem equivalências.
A ideia agora é fazer a mesma placa usando o Integrado MC1648 como oscilador. Tenho 2 peças aqui faz mais de 15 anos e vou dar uma utilidade para elas. Diz o manual que ele tem uma pureza espectral muito grande.
Bem, acho que é só isso. Espero que tenham se divertido com essa história e que de alguma forma ela tenha lhe trazido lembranças das suas também.
Minha vontade agora é disponibilizar um projeto de fácil construção e deixa-lo à disposição por aqui. Aguardem.
Aquele abraço.
PS: hoje construo transmissores com os integrados MC145151DW2 + LB3500. Entre em contato pelo e-mail rafael_reali@hotmail.com
A ideia agora é fazer a mesma placa usando o Integrado MC1648 como oscilador. Tenho 2 peças aqui faz mais de 15 anos e vou dar uma utilidade para elas. Diz o manual que ele tem uma pureza espectral muito grande.
Projeto com o MC1648 |
Bem, acho que é só isso. Espero que tenham se divertido com essa história e que de alguma forma ela tenha lhe trazido lembranças das suas também.
Minha vontade agora é disponibilizar um projeto de fácil construção e deixa-lo à disposição por aqui. Aguardem.
Aquele abraço.
PS: hoje construo transmissores com os integrados MC145151DW2 + LB3500. Entre em contato pelo e-mail rafael_reali@hotmail.com